Descrever o Journey não é uma tarefa das mais simples. Durante vários minutos eu fiquei parado diante do monitor pensando em como prestar uma homenagem ao jogo, mas por mais que eu tente, nunca encontrarei adjetivos suficientes para elogiar a espetacular obra idealizada por Jenova Chen.

Ao iniciarmos nossa aventura no meio de um enorme deserto, a sensação que provavelmente dominará a maioria das pessoas é de não entender o que está acontecendo ali, o que nos leva a buscar um ponto de referência e consequentemente, respostas que já lhes digo, serão um tanto subjetivas.

Journey não apresenta informações em forma de texto, o protagonista não possui nome e nem mesmo um objetivo claro, fazendo com que a curiosidade e o instinto nos guie durante a maior parte da jornada e no final é provável que cada um tenha uma percepção particular sobre o que nos foi mostrado.

A desolação e a beleza de Journey

Aliás, não existiria uma palavra melhor para descrever o que encararemos durante o jogo, uma jornada. Não uma em busca do placar mais alto ou pelo menor tempo, mas uma jornada para conhecermos um pouco de nós mesmo e mais importante, uma jornada que nos leva a valorizar o sentimento de amizade, companheirismos e união, mesmo que seja por pessoas que não conhecemos.

Isso acontece porque a quase todo momento estaremos dividindo a aventura com alguém que esteja no mesmo trecho e a desenvolvedora teve a brilhante ideia de não permitir que saibamos quem é esse outro aventureiro, já que o seu nome não é mostrado e nem temos a opção de enviarmos mensagens de texto ou voz.

Porém, mesmo assim o jogo gira em torna da necessidade de cooperarmos uns com os outros, algo que fica mais evidente na parte final da jornada e caso você se deixe levar pela proposta abstrata do Journey, provavelmente viverá uma das experiências mais intensas e inesquecíveis que um jogo eletrônico já foi capaz de oferecer.

Apenas um dos belos cenários do Journey

Journey também é uma criação da thatgamecompany, mesmo estúdio responsável pelo belo Flower,  mas eleconsegue ir além, ignorando sem cerimônias e de maneira acertadíssima muitas convenções imposta pela indústria, o que me faz o classificar não como um dos melhores jogos que já tive contato, mas como uma das melhores obras de arte que já conheci.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.