Dubai. Os petrodólares permitiram ao homem construir um imenso e luxuoso oásis no meio do deserto, mas a natureza resolveu cobrar um valor mais alto e praticamente soterrou a cidade com a maior tempestade de areia já registrada.

Então, o caos tomou conta após os políticos e mais afortunados fugirem do lugar em segredo e por mais incrível que pareça, a situação se tornaria ainda pior com a chegada do resgate, comandado pelo Coronel John Konrad e o seu 33º batalhão, que instaurou a lei marcial e as “paredes de areia” formadas por tempestades ainda mais intensas cortaram toda comunicação com exterior.

Cinco meses e meio após o desastre, uma mensagem de rádio acabou sendo ouvida pelo resto do mundo, onde Konrad informava que havia tentado, sem sucesso, evacuar os sobreviventes, então o exército norte-americano enviou três soldados da Força Delta para realizar a difícil missão de resgatar todos os sobreviventes e descobrir o que aconteceu com a equipe anterior.

Why so serious?

Pois é aí que inicia a campanha principal do Spec Ops: The Line, título  produzido pelos alemães da Yager Development e que não brilha por trazer alguma novidades à jogabilidade dos jogos de tiro em terceira pessoa, mas por nos apresentar uma belíssima direção artística, além de uma das narrativas mais fantásticas do últimos anos.

Soco no estômago
Spec Ops: The Line, é sem a menor sombra de dúvida um dos games mais impactantes que já tive o prazer de conhecer.
O grande mérito do game está na maneira como o seu enredo sempre nos deixa em dúvida em relação a missão dada ao capitão Martin Walker e seus subordinados e já no início nos é apresentada a hipótese de que assim como no excelente Apocalipse Now, aqui também temos soldados enfrentando a ira de um coronel que perdeu o controle e está utilizando sua tropa para aterrorizar os moradores locais, tendo se transformado em uma espécie de ídolo.

Além de nos colocar em diversas situações onde devemos fazer escolhas onde nenhuma das opções parecem moralmente corretas, Spec Ops: The Line torna-se fantástico principalmente por jogar em nossas caras as atrocidades da guerra e a menos que minha memória esteja me traindo, não me lembro de ter visto em um game algo tão duro quanto a utilização do fósforo branco como presenciamos aqui.

Some a isso a maneira como o relacionamento da nossa equipe vai se deteriorando ao longo da aventura, além do lado sombrio que aflora em cada um dos personagens e temos um enredo maduro, bem elaborado e que consegue cumprir o objetivo a que se cumpre, chocar o jogador.

Olá Coronel “Kurtz”!

Spec Ops: The Line, é sem a menor sombra de dúvida um dos games mais impactantes que já tive o prazer de conhecer, um jogo que conseguiu me mostrar cenas pesadíssimas como só havia visto anteriormente no cinema em obras de arte como a supracitada de Francis Ford Coppola ou no Além da Linha Vermelha, algo que sinceramente, não achei que veria em um jogo eletrônico tão cedo e além disso, ainda somos presenteados com visuais incríveis como estes.

Sim, Spec Ops: The Line nos mostra que o fim pode mesmo ser nosso único amigo.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.