Em uma ilha paradisíaca que serve de resort é natural que ocorram festa e é numa delas que você enche a cara e ao acordar no dia seguinte descobre que o lugar virou um inferno, literalmente. Os mortos estão caminhando pela Terra e é claro, Banoi está tomada pelo caos. Entender o que está acontecendo ali deixou de ser prioridade e a única coisa que passa na sua cabeça é que você precisa sobreviver, além de encontrar uma maneira de fugir dali.

É assim que começa o Dead Island, jogo lançado recentemente e que tem feito um grande sucesso ao nos colocar num mundo aberto infestado de zumbis. Após passar de nove horas de jogo, ainda falta muito da ilha para ser explorada e muito a ser aprendido, mas já foi o suficiente para perceber as virtudes do game, assim como seus defeitos.

A primeira coisa que chama nossa atenção ao iniciarmos a aventura e a beleza do lugar. Os poloneses da Techland não pouparam esforços para criar uma ilha realista e detalhada e a cada passo que damos encontramos um lugar interessante e que nos faz esquecer a tragédia que se passa ali para ficarmos apreciando os cenários.

A mesma atenção foi dedicada aos mortos-vivos, com pedaços expostos e muito sangue jorrando quando os acertamos e não há como não nos impressionarmos ao ver seus membros deteriorando-se conforme os acertamos com um facão e eventualmente sendo decepados, o que facilita muito os combates. Só é uma pena aqueles que ainda estão saudáveis possuírem animações faciais tão pobres.

A desenvolvedora também caprichou na parte sonora, com destaque para o urro dos zumbis que podem ser ouvidos de longe, especialmente aqueles mais poderosos e quando isso acontece, é fácil sentirmos um frio na espinha e ficarmos olhando para todo lado esperando que um deles salte de algum esconderijo.

Então partimos para o combate e acredito que tenha sido acertada a decisão do estúdio de focar nos combate corpo-a-corpo. Se estraçalhar mortos-vivos com armas de grosso calibre é algo muito divertido, ter que arrebentar o crânio deles com um porrete ou cortar-lhes a cabeça com uma faca de cozinha é uma experiência nauseante, principalmente por termos que sujar nossas mãos com o sangue e porque eles não são derrotados com facilidade. Isso torna as batalhas mais pessoais e por isso marcantes.

Chama atenção também a possibilidade de criarmos armas, o que incentiva a coleta de itens e realização de missões, sendo muito legal quando encontramos, por exemplo, um diagrama de como construir um taco de baseball cravejado com pregos ou um capaz de atear fogo nos monstros.

Porém, nem tudo funciona como deveria no Dead Island. É possível vermos alguns objetos surgindo na tela de uma hora para outra, principalmente as plantas, o que nem acho que incomode muito e a Techland perdeu uma ótima chance de incluir um enredo mais dramático (na verdade praticamente não há história) e um ciclo de dia e noite, já que andar pela ilha sem o Sol deixaria tudo ainda mais assustador.

Além disso, tive um sério problema com a fluidez do jogo, que apesar der rodar aqui no meu computador a constantes 60 quadros por segundo, apresentava uma espécie de engasgo. Acabei descobrindo que isso é conhecido como stuttering e neste caso estaria relacionado com o teclado, mas após tentar a solução proposta neste tópico, sem obter sucesso, comecei a jogar com o controle do Xbox 360 e agora o game roda lisinho na minha máquina e torço para que atualizações resolvam todas essas falhas.

Mesmo Assim considero o Dead Island um jogo altamente recomendável, principalmente para aqueles que gostam de mundos abertos e zumbis. Só não espere um Left 4 Dead, pois ele está mais para um Borderlands.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.