Desde a primeira vez que ouvi falar no Perception, fiquei fascinado pela sua proposta. No jogo controlaríamos Cassie, uma jovem cega que consegue perceber o que está a sua volta usando a eco-localização. Basicamente, ela seria uma espécie de versão light do Demolidor, o que por si só já parecia muito interessante.

Criação da The Deep End Games, um estúdio formado por ex-integrantes da Irrational Games e que trabalharam na série BioShock, falta de capacidade não seria um problema, então resolvi dar uma chance à versão do jogo lançada para o PlayStation 4.

Nele acompanharemos a jovem indo até a cidade de Gloucester, em Massachusetts e o motivo para isso é que há algum tempo ela vem tendo pesadelos com uma mansão abandonada do local.

Seguindo a linha dos jogos de terror mais recentes, onde não temos muita ação acontecendo, o ponto alto do Perception é sua capacidade de criar uma atmosfera bem pesada, sempre tentando nos fazer imaginar o que encontraremos adiante.

Pois neste sentido a mecânica do jogo tem um papel fundamental, já que ao funcionar em primeira pessoa, só teremos uma noção do que nos cerca ao batermos com a bengala utilizada por Cassie nos objetos. Isso fará uma imagem fantasmagórica dos arredores, sendo que qualquer outro barulho gerará o mesmo resultado e isso é utilizado muito bem para nos assustar.

É muito bacana por exemplo “ver” o vento ao chegarmos na casa, algo que serve para nos mostrar como a jogabilidade funcionará e como ela está diretamente ligada a experiência como um todo. Por se tratar de um título tão voltado para a parte sonora, usar um bom fone de ouvido poderá tornar tudo ainda mais iimerrsivo e assustador.

Durante a aventura encontraremos objetos que nos contarão um pouco do que aconteceu na mansão, algo típico de jogos do gênero, mas como o que boa parte das pessoas procuram em títulos assim é sentir medo, saiba que os momentos de tensão estarão espalhados por todos os cantos.

Perception poderá até não entrar para o rol de melhores jogos da história, mas possui algumas ideias bem interessantes e ao se arriscarem criando um título que de certa forma nos priva do nosso sentido mais utilizado, acho que a The Deep End Games merece muitos elogios por isso.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.