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O ano era 1992. Há apenas alguns meses o mundo havia assistido ao vivo a primeira grande guerra transmitida pela televisão e enquanto os poços de petróleo do Kuwait ainda cuspiam longas colunas de fumaça, a Electronic Arts lançava para o Mega Drive um jogo que se tornaria um dos seus grandes ícone, o Desert Strike: Return to the Gulf.

Claramente inspirado pelos eventos ocorridos na Guerra do Golfo, o game falava sobre um tal General Kilbaba, um ditador que tomou um emirado e caberá ao jogador enfrentar uma série de missões para destituí-lo do poder. Mas como fazer isso? Simples, pilotando um poderoso Apache, uma das máquinas mais letais já criadas pelo homem.

Quando o jogo foi lançado, a sensação de estar no controle daquele helicóptero era algo indescritível, mas o que realmente me chamou a atenção foi a liberdade que nos era dada, já que o título nos permitia realizar os objetivos na ordem que quiséssemos.

Além disso, o Desert Strike também brilhava por oferecer uma certa simulação, nos obrigando a reabastecer o helicóptero, recolher munição e até soltar um escada para resgatar sobreviventes. Se considerarmos a capacidade dos aparelhos da época, essa complexidade era algo fantástico.

Um detalhe interessante sobre a criação do jogo é que o seu idealizador, o engenheiro mecânico Mike Posehn, não tinha experiência com o desenvolvimento de jogos e por isso aproveitou sua formação para criar um sistema que fosse capaz de recriar os movimentos do um helicóptero e depois que os modelos em 3D foram desenvolvidos, bastou transformá-los em sprites.

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Posteriormente o jogo acabou aparecendo em outras plataformas, entre elas o Super Nintendo e até deu origem a continuações bem mais elaboradas e mesmo que eu considere o Urban Strike o melhor da franquia, não há como negar que o Desert Strike possui um lugar reservado na minha memória, afinal, foi ele que conseguiu me levar para o conflito que marcou a década de 90.

Infelizmente a EA parece ter esquecido a série Strike, com o último capítulo, o Nuclear Strike, tendo sido lançado em 1997, mas se um dia eles resolverem revivê-la, adoraria se voltassem à tradicional câmera isométrica.

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A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometidos pela minha memória.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.