A década de 90 estava chegando ao fim e embora as revistas da época já falassem em uma nova geração de consoles, a minha atenção estava quase totalmente voltada ao PC e um jogo em especial me interessava, um tal de Half-Life.

Segundo diversas publicações especializadas, aquele título tinha tudo para revolucionar a indústria, fazendo com que os FPSs deixassem de parecer meras galerias de tiro e oferecessem boas histórias aos jogadores, além de objetivos mais variados.

Mas, antes de continuar preciso fazer um comentário. Até encarar aquela criação da então desconhecida Valve, eu até gostava de jogos de tiro em primeira pessoa, mas nem de longe eles figuravam entre os meus favoritos e a promessa de uma experiência mais complexa foi justamente o que me interessou no HL.

half-life

Após alguns meses consegui uma cópia da aventura protagonizada por Gordon Freeman e ao ser jogado naquele trem que nos levava para o complexo de Black Mesa, confesso que achei muito estranho aqueles intermináveis minutos em que não podíamos fazer quase nada, apenas observar os cenários.

gordon-freemanDepois ainda tive que explorar as instalações, ouvindo alguns personagens e sem ter uma arma nas mãos, tudo aquilo me parecia um tanto bizarro. Hoje essa descrição pode parecer uma heresia, mas é preciso situá-la no tempo, pois como disse, até então a maioria dos FPSs se resumiam a atirar em tudo o que se move-se.

Passada essa abertura e o incidente que abre o portal para outra dimensão, comecei a me sentir cada vez mais imerso no mundo proposto por seus criadores e logo percebi que sim, era possível ter uma boa narrativa mesmo em um jogo do gênero e fui até o final da campanha sem pestanejar.

No caminho fui surpreendido por diversas passagens incríveis, conheci personagens carismáticos (e enigmáticos) e enfrentei os mais ameaçadores perigos, mas principalmente, acabei me tornando o Dr. Freeman, um homem sem face ou voz, mas que servia perfeitamente como um avatar para aquela fantástica aventura.

Vez ou outra sinto uma enorme vontade de jogar o primeiro Half-Life novamente, mas o passar dos anos fez com que a id Tech 2 ficasse muito ultrapassada e tenho um grande medo de que a boa lembrança que tenho dele seja apagada. Com sorte, em breve a modificação Black Mesa resolverá isso, mas por enquanto tudo não passa de promessas.

De qualquer forma, acho que sempre considerarei aquele jogo um dos mais importantes da história, seja por ter me feito passar a adorar os FPSs, por fundar a base para que a Valve se transformasse numa gigante ou simplesmente por ter nos apresentado a um dos universos mais fantásticos da indústria.

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[alert variation=”alert-info”]A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.[/alert]

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.