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Por mais que eu tente, nunca consegui saber ao certo quando comecei a jogar videogame, mas uma coisa sempre tive certeza: uma das primeiras lembranças que tenho desta paixão é o jogo River Raid.

Lançado em 1982 para o Atari, eu imagino que qualquer pessoa que tenha jogado o saudoso videogame conheça esse clássico, que além de ser um dos primeiros Shoot ‘em ups já feitos, tem em sua criadora uma das lendas da indústria.

Caso tenha achado estranho, sim, o River Raid foi idealizado por Carol Shaw há mais de trinta anos, numa época em que nem se sonhava em pedir que mais mulheres fizessem parte da criação de games e por isso ela é considerada a primeira game designer da história, o que só reforça a importância do game. Além disso, devido a sua “violência” o jogo foi o primeiro a ser proibido para menores na Alemanha.

Nele controlávamos um avião que se encontrava além das linhas inimigas e deveria subir um rio conhecido como River of No Return. Para sobreviver, o jogador deveria abater helicópteros, navios e outros aviões ao longo do caminho, sempre tendo que se preocupar com o combustível, que deveria ser reabastecido em pontos específicos.

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Na parte técnica o River Raid também tinha um detalhe que o destacava dos demais jogos, já que o cartucho não tinha todo o cenário armazenado em sua memória e para que tanta coisa pudesse estar disponível com tão pouca memória, foi utilizado um algoritmo que gerava o ambiente proceduralmente. Uma solução elegante e bastante impressionante para a época.

Sendo muito divertido ainda hoje, considero este o melhor jogo já lançado para o Atari e acho que ele está entre os mais importantes da plataforma. Contudo, infelizmente sua continuação não fez o mesmo sucesso e embora o Super Nintendo tenha sido escolhido para receber um terceiro capítulo, que se chamaria River Raid: The Mission of No Return, tal jogo nunca viu a luz do dia.

Mas sabe o que realmente me marcou no River Raid? A lembrança de passar horas e mais horas sentado diante da TV tendo a companhia do meu pai, só para sabermos quem chegaria o mais longe possível naquele jogo e claro, até pela baixa idade, acho que nunca consegui superá-lo. No entanto, aquele era um momento reservado só para a gente e por isso sempre serei grato ao jogo, não só por ter ajudado a me fazer gostar dos jogos eletrônicos, mas também por manter uma imagem tão legal de uma pessoa que tanto amo.

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A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometidos pela minha memória.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.