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O ano era 1996 – talvez 1997, não lembro muito bem – e ao entrar em uma locadora para alugar alguns jogos de Super Nintendo, me vi diante de um jogo de corrida que não conhecia, um tal de The Duel: Test Drive II, ou para os íntimos, apenas Test Drive II.

Com exceção de um Super Mario Kart ou um Rock n’ Roll Racing de vez em quando, naquela época eu não ligava muito para os jogos de corrida, por achar que os games do gênero eram muito bobos, contudo, por um motivo ou outro acabei dando uma chance para aquele cartucho publicado pela saudosa Accolade, sem fazer a menor ideia de que ele permaneceria comigo por muitos anos. Mas antes de explicar o que aconteceu com aquela cópia em específico, vamos falar um pouco sobre o game.

Lançado em 1989 para diversas plataformas, o TDII nos colocava em corridas em estradas, permitindo que escolhêssemos entre uma Ferrari F40, um Porsche 959 e uma Lamborghini Diablo, cada um com vantagens e desvantagens, mas que basicamente variavam apenas entre uma aceleração e uma velocidade final maior ou menor.

No console da Nintendo tínhamos quatro percursos, cada um mais difícil que o outro e todos baseados em locais dos Estados Unidos, mas devido a limitação da época, o detalhamento dos cenários não era o ponto alto do jogo, embora eles conseguissem oferecer bons desafios e alguma variedade.

Na minha opinião, o grande destaque daquele jogo estava na sua jogabilidade, que tentava recriar a sensação de pilotarmos aqueles emblemáticos veículos e embora fosse um pouco estranho controlar aqueles “tanques de guerra”, ao nos acostumarmos com a mecânica o jogo se tornava bastante realista – para a época, é claro.

Para muitos jogadores, o TDII foi o primeiro contato com a direção de um carro, mesmo que de forma tão irreal, mas a noção de perigo que aquele jogo passava, sempre nos fazendo tomar o maior cuidado possível na hora de fazermos uma ultrapassagem e precisando nos preocupar em passar marchas, em frear nas curvas e até em abastecer no final das etapas, era algo fantástico, pavimentando o caminho para outros títulos que fariam sucesso bem depois, como o The Need for Speed.

http://youtu.be/AlwiuYvgIDs

Voltando ao caso do cartucho, não, ao contrário que você pode ter imaginado, eu não passei a perna no pessoal da locadora, mas como fiquei completamente vidrado naquele jogo, resolvi tentar trocá-lo com os caras e como este não é o tipo de negócio que eles costumam fazer, sabia que teria que fazer-lhes uma proposta irrecusável.

Eu sei que muitas pessoas me crucificarão por o que direi, mas a verdade é que nunca fui muito fã do Donkey Kong Country e como tinha o jogo em casa e sabia que ele era tão adorado… Bom, vocês já devem ter concluído o que aconteceu. Me dirigi até a locadora e fiz a proposta para o dono, que ficou um pouco ressabiado no começo, mas acabou aceitando o negócio.

Se fosse hoje eu provavelmente não teria feita aquela troca, mas tente se colocar na minha situaão. Conseguir jogos originais na metade da década de 90 era algo muito complicado e como eu não dava a mínima para o game dos gorilas, acho que valeu a pena. Aquele Test Drive II me rendeu muitas horas de diversão e foi um dos grandes responsáveis por me fazer aprender a gostar de jogos de corrida, mas isso é assunto para outro texto.

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A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometidos pela minha memória.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.