Desde o meu primeiro contato com o Super Castlevania IV no Super Nintendo que guardo um carinho especial pela série da Konami. Matar monstros das mais variadas espécies nesses jogos sempre me pareceu muito divertido, mas a minha preferência sempre recaiu sobre os títulos em duas dimensões. Por isso fiquei um tanto desconfiado quando soube que os espanhóis da MercurySteam levariam a série para o 3D com o Castlevania: Lords of Shadow, mas após saber que eles contariam com o apoio de Hideo Kojima e experimentar sua demo, voltei a me interessar pelo jogo.

Após chegar ao quinto capítulo do game, estou gostando bastante do que vi até agora. LoS possui gráficos muito bonitos, com cenários extremamente detalhados e variados, mas é curioso pensar que a desenvolvedora não teve o mesmo cuidado com os personagens e tanto o protagonista Gabriel quanto sua esposa Marie chegam a doer de tão feios.

Quanto a parte sonora, só tenho elogios a fazer. As músicas orquestradas são muito bonitas, aliás, uma marca registrada da franquia e o trabalho de dublagem esta bem acima da média, com destaque para as atuações dos excelentes Robert Carlyle e Sir Patrick “Charles Xavier” Stewart.

Então chegamos a jogabilidade e é neste ponto que estão as maiores discussões em relação ao Castlevania: Lords of Shadow. Já nos primeiros minutos é possível perceber a sua semelhança com o God of War e se isso não chega a ser um problema para quem gosta dos games do Kratos, o estilo poderá não agradar os mais puristas. Para mim a melhor definição seria dizer que o título é um jogo muito bom, mas não que se trata de um Castlevania.

Porém, as suas inspirações não vieram apenas do jogo estrelado pelo espartano nervosinho. O confronto contra alguns chefes foram claramente baseados nas lutas contra os gigantes do Shadow of the Colossus, nos obrigando a escalá-los e golpear certas partes dos corpos desses monstros que contam com visuais bem impressionante. No meio tempo, ocupei-me eliminando bandos de lobisomens (nada de vampiros) e conhecendo personagens que adicionaram uma certa carga dramática ao enredo e talvez este seja o maior mérito desse Lords of Shadow, entregar uma visão mais cinematográfica da franquia e fico com a sensação de que foi aí que a experiência do Kojima deu forte contribuição.

Concluindo, se você está a procura de um bom jogo de ação, o título é altamente recomendado, mas se a sua intenção é jogar um Castlevania, talvez seja melhor procurar em outro lugar.

http://www.vidadegamer.com.br
Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.