Se durante muitos anos os jogos eletrônicos foram considerados apenas uma maneira das pessoas se divertirem descompromissadamente, hoje muitos educadores percebem que a mídia pode ser de grande ajuda no processo de ensino e por todo o mundo há diversas escolas que adotaram os games como uma maneira de prender a atenção dos alunos, independente da faixa etária, escolaridade ou nível social em que se encontrem.

De acordo com os defensores dessa prática, a principal vantagem dos videogames é a facilidade em envolver a pessoa na narrativa, permitindo assim que ela melhore suas habilidades sociais e cognitivas, sem falar na imersão e no fato de qualquer tipo de jogo poder ser usado, obviamente tornando o aprendizado muito mais dinâmico e interessante.

No Brasil essa maneira de ensinar ainda precisar avançar, mas basta olharmos para outros países para vermos que ela tem mostrado ótimos resultados, como na Suécia, onde o popular jogo Minecraft foi adicionado à grade curricular de uma escola e como o jogador pode modificar livremente o mundo virtual que ele gera, com ele os alunos “aprendem sobre o planejamento de cidades, problemas ambientais, a realizar tarefas e até mesmo a planejar o futuro,” conforme explicou Monica Ekman, professora na escola Viktor Rydberg, que concluiu: “Não é diferente de nenhuma arte ou de artesanato em madeira.

Tal jogo foi adotado também pela ONU, que ao fechar uma parceria com sua desenvolvedora, a Mojang, permitirá que jovens quenianos utilizem o título para melhorar 300 espaços públicos, fazendo assim com que a cidade onde moram se torne um lugar mais agradável e principalmente, possibilitando que os estudantes recebam noções de arquitetura e urbanismo enquanto jogam um dos maiores sucessos dos últimos anos.

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Porém, a iniciativa que considero a mais interessante foi tomada pela Valve, conceituada desenvolvedora e que possui o principal serviço de distribuição digital de games, o Steam. Batizado como Steam for Schools (www.teachwithportals.com), o projeto utiliza um dos principais jogos do estúdio, o Portal 2 (além do Universe Sandbox, adicionado recentemente), para oferecer uma série de quebra-cabeças e exercícios aos alunos e com eles os educadores conseguem abordar matérias como engenharia, matemática, ciências, astronomia e tecnologia.

Tudo isso demonstra o quão úteis os games podem ser no processo de ensino e como eles podem auxiliar os alunos a expandirem seus conceitos e a entenderem um evento histórico ou cultural. Particularmente ficaria muito feliz se começasse a ver que nossas crianças também estão aproveitando essa nova ferramenta que, é claro, não veio para substituir o professor e sim para para tornar sua respeitável tarefa muito mais simples e agradável, tanto para ele quanto para os alunos.

Este é mais um artigo que escrevi para o jornal O Campolarguense e que foi publicado na edição de maio de 2013.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.