Durante muito tempo vi o Fable II ser descrito como apenas mais um jogo em que Peter Molyneux não conseguiu entregar tudo o que prometeu durante o seu desenvolvimento, mas ainda assim, por respeitar muito a carreira do game designer inglês e por ter gostado bastante do primeiro game, tinha uma enorme vontade de jogar a continuação, algo que comecei a fazer há alguns dias.

Ainda não terminei a aventura, acredito que ainda tenho um longo caminho pela frente, mas em Fable II eu cresci como um menino pobre (podia ser uma menina), escapei da morte nas mãos de um lorde e depois de alguns anos, descobri ser descendente de uma linhagem de heróis.

Foi então que minha aventura começou e depois de adquirir uma casa na grande cidade de Bowerstone e conquistar minha primeira esposa, saí em busca de Lucien, o sujeito que acabou com minha infância, e ao explorar Albion me vi impossibilitado de voltar para casa, o que levou minha amada a pedir o divórcio.

O jeito então foi seguir minha vida sozinho, até que casei novamente, tive um filho, me especializei como ferreiro, adquiri outras casas, lojas e cometi atos dos quais não me orgulho, contudo, consegui algo fundamental para meu progresso, o reconhecimento dos habitantes do reino.

Falando assim, quem não jogou Fable II deve achar que esses evento são pré-programados, mas está justamente na liberdade que nos é dada o grande trunfo da criação da Lionhead. Muitas das passagens que citei aqui dependem das escolhas do jogador e se ele se permitir entrar no universo do game, poderá encontrar ali um mundo virtual cheio de possibilidades.

Mesmo tendo sido lançado há 4 anos o jogo é muito bonito. Albion é um lugar lindo, cheio de vida e vibrante, com florestas coloridas, campos verdejantes, lagos reluzentes e cidades bastantes detalhadas, isso sem falar nos personagens que tentam nos passar a impressão de terem uma vida real.

O jogo ainda conta com passagem do tempo, com ma chuvinha caindo de vez em quando e o pôr do Sol sendo uma atração visualmente impactante em qualquer lugar que estivermos e viajar de um lugar para outro consome um determinado tempo, então é bom nos preparamos para não perder alguma promoção realizada por algum comerciante.

Com tantos elogios feitos, isso significa que o Fable II é um jogo espetacular? Infelizmente não. Vez ou outra nos deparamos com bugs que inclusive nos impedem de terminar certas missões, há um problema de colisão de objetos que irrita um pouco, principalmente no começo e muitas das novidades logo perdem a graça, fazendo com que a jogabilidade se torne um pouco repetitiva.

Ou seja por mais que o game esteja longe de ser perfeito, a liberdade que ele nos oferece é o seu grande destaque e é justamente por nos oferecer a chance de encarnarmos mais do que apenas um herói (ou vilão) em um mundo de fantasia que na minha opinião ele foi um tanto injustiçado.

Não tenho dúvidas de que o Fable II poderia ter sido melhor, mas no fim das contas, pelo menos ele foge do lugar comum ao aproveitar algumas boas ideias, afinal, não é todo jogo que nos dá um cachorro e nos obriga a dividir nosso tempo entre salvar o mundo e cuidar da família, não é mesmo?

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.