Quando no ano 2000 a Nintendo lançou o primeiro capítulo da série Paper Mario, os artistas da empresa estabeleceram um estilo visual que seria adotado por muitos jogos. Entre eles estava o Flat Kingdom, um simpático jogo de plataforma que apareceu no PC em 2016 e agora chega aos consoles.

Com a sua história se passando no reino que empresta o nome ao título, o jogo fala sobre um feiticeiro que criou seis joias mágicas. As pedras serviam como uma proteção para a terceira dimensão, fazendo com que o lugar vivesse em paz.

Tudo ia muito bem, até que um dia um ladrão chamado Hex roubou uma das joias, levando consigo também a princesa. A ação fez com que o caos retornassem àquele reino e como todo conto de fada precisa de um herói, caberia ao valente Flat a difícil missão de colocar as coisas em ordem.

O que torna o protagonista perfeito para encarar a aventura é a sua habilidade de mudar de forma, com ele podendo assumir um formato triangular, quadrado ou circular. Isso será fundamental para solucionarmos os muitos quebra-cabeças que aparecerão pelo caminho, além de servir nos combates.

Isso porque, ao adotar o sistema pedra, papel e tesoura, em Flat Kingdom: Paper’s Cut Edition um triângulo poderá ser usado para furar a suavidade dos círculos, enquanto esses derrotam os lentos quadrados. Já essa pesada forma poderá esmagar os frágeis triângulos.

Embora no início possa ser um pouco difícil nos adaptarmos à mecânica e tenhamos que pensar um pouco sobre qual forma usar em cada ocasião, com o tempo tudo se tornará comum, com a observação sendo uma das partes mais importantes do jogo. O ponto negativo desse aspecto é que a forma de alguns inimigos são difíceis de distinguir, o que acaba nos levando à tentativa e erro.

Além disso, conforme avançamos pelas fases seremos recompensados com habilidades que se mostrarão essenciais para alcançarmos locais que antes eram inacessíveis. Isso adiciona um elemento metroidvania à aventura e aqueles que gostam de explorar os cenários certamente passarão um bom tempo tentando alcançar cada canto dos estágios.

Flat Kingdom: Paper’s Cut Edition

Outro ponto que deverá dividir opiniões são os chefes. Apesar de eles geralmente contarem com belos visuais, seus padrões de ataques não são muito criativos, bastando ao jogador desviar por algum tempo, até que o inimigo revele uma determinada forma geométrica e assim possa usar a oposta para feri-lo.

Já quando se trata da parte visual, o trabalho realizado pelo pessoal da Fat Panda Games é merecedor de todos os elogios. Com os cenários sendo bastante coloridos e o efeito de papel se fazendo presente por todo lado, Flat Kingdom: Paper’s Cut Edition agrada por entregar um estilo muito bacana — e que na minha opinião, deveria ser mais explorado, tanto nos games quanto nas animações.

Mesmo não sendo um título que ficará marcado na minha memória por muito tempo, ele possui suas qualidades e se você está procurando um jogo de plataforma para passar o tempo numa tarde chuvosa de sábado, esta pode ser uma boa opção.

Ou seja, Flat Kingdom: Paper’s Cut Edition pode não ser revolucionário, não traz uma mecânica que será copiada no futuro e sua direção artística já foi experimentada por outras obras. Ainda assim, é um jogo muito bonito, com uma boa trilha sonora composta por Manami Matsumae (Mega Man, U.N. Squadron, Dragon Quest Swords, Shovel Knight) e que deverá divertir quem gosta da mistura entre plataforma e puzzles.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.