Gosto de pensar que os jogos são uma excelente maneira de termos acesso a novas experiências, de sentirmos como seria estar numa situação que em condições normais não seriam possíveis e quando digo isso, nem me refiro a mundos fantasiosos ou a pura ficção.
Para mim, mais títulos deveriam explorar situações que fazem parte do cotidiano de alguns, como guerras que assolam certas regiões ou mesmo limitações encaradas por pessoas normais, e um jogo que promete abordar isso é o Beyond Eyes.
Nele controlaremos Rae, uma garota de 10 anos que perdeu a visão ao brincar com fogos de artifício e que traumatizada com o acidente, passa a temer barulhos muito altos e a evitar lugares movimentados. Porém, num belo dia ela resolve sair pela redondeza a procura do seu gato que desapareceu.
Sem o costume de sair de casa, tudo na vizinhança parece um mistério para Rae, desde o latido de um cachorro a distância, até a água pigando de um cano, o que para ela inicialmente parecia uma fonte.
Pois é a limitação da garota que desponta como uma das mais interessantes ideias da mecânica do Beyond Eyes, pois para tentar fazer com que nos sintamos imersos na aventura, o estúdio indie tiger & squid adotou um sistema em que o cenário será todo branco, com as cores sendo reveladas apenas conforme a personagem tocar nos objetos, sentir seus cheiros ou ouvir os sons emitidos por eles.
Muitas vezes veremos uma imagem sendo mostrada sobre a cabeça de Rae, um indicativo daquilo que ela imagina ser e de acordo com a game designer Sherida Halatoe, o jogo será essencialmente sobre exploração, nos colocando para guiar a menina pelo desconhecido ambiente e sentindo como é estarmos privados da visão.
Como a desenvolvedora conseguiu fechar uma parceria com a Team 17, Beyond Eyes será lançado tanto para computadores quanto para os consoles da nova geração, numa data ainda não revelada, mas ainda em 2015 e quando isso acontecer, acho que teremos mais uma bela experiência que só poderia ser entregue por um videogame.