Por mais que eu adore a SNK, a Capcom sempre será considerada a minha favorita quando se trata de jogos de luta. Por isso costumo ficar empolgado quando a empresa anuncia uma nova coletânea e por meses aguardei com a ansiedade pelo momento em que poderia experimentar o Capcom Fighting Collection 2.
Lançado quase três anos após o pacote que vinha recheado com dez títulos, essa continuação traz uma quantidade menor de jogos (oito), mas ganha na qualidade daquilo que nos é ofertado.

Crédito: Divulgação / Capcom
Figurando como um dos principais pontos positivos do Capcom Fighting Collection 2, a seleção de jogos presentes aqui mistura títulos em duas e três dimensões que marcaram época no gênero. E para uma breve descrição de cada título, farei isso na minha ordem de preferência. Confira:
- Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001
Eu perdi a conta do tempo que passei nesse jogo, fosse no Dreamcast, no Xbox, PlayStation 2 ou no seu sucessor, via retrocompatibilidade. Mesmo assim, era o jogo que mais me fazia desejar essa coletânea.
Ao aprimorar o sistema de grooves, trazendo seis estilos diferentes de luta e um elenco de 48 personagens, com ele a Capcom conseguiu aperfeiçoar o que já era muito bom com o primeiro jogo. - Street Fighter Alpha 3 Upper
Versão definitiva do clássico Street Fighter Alpha 3, trazendo ajustes de balanceamento e novos personagens como Guile, T. Hawk e Evil Ryu. Até por ter servido como base para o jogo no topo da minha lista, não tinha como não adorar esse também. - Power Stone 2
O primeiro capítulo era divertido, mas o salto de qualidade presente nesta continuação o transformou em uma das melhores experiências multiplayer do último console da Sega. Com arenas tão variadas e uma jogabilidade viciante, temos que comemorar por mais pessoas terem acesso a um título deste porte. A lamentar, a Capcom continuar ignorando a criação de uma continuação.Crédito: Divulgação / Capcom
- Capcom Fighting Evolution
Preciso admitir que nunca fui muito fã deste jogo, mas ao lhe dar uma nova chance com o Capcom Fighting Collection 2, acabei fisgado. A ideia de misturar personagens de diversas franquias de luta da empresa (Street Fighter, Darkstalkers e Red Earth) funciona, principalmente por proporcionar partidas um tanto caóticas. Não é inovador, mas garante alguns momentos interessantes. - Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro
Primeiro grande crossover entre Capcom e SNK, o jogo que parecia impossível de existir trouxe um interessante sistema de luta baseado em ratios, onde personagens mais fortes ocupam mais espaço na equipe. O jogo permite batalhas 1×1 ou times de até quatro lutadores, mas foi amplamente superado pelo seu sucessor. - Project Justice
Continuação de Rival Schools, traz combates em equipe com ataques combinados especiais. A história é contada por meio de múltiplas campanhas e a jogabilidade mantém o ritmo fluido e divertido. Foi uma das várias tentativas da Capcom de emplacar jogos de luta com jogabilidade 2D e gráficos 3D, mistura que naquela época sempre me pareceu forçada. Não posso dizer que sou fã, mas também não o classifico como um mau jogo.Crédito: Divulgação / Capcom
- Plasma Sword: Nightmare of Bilstein
Sequência de Star Gladiator, apresentando lutas em 3D com armas e personagens de visual futurista. O jogo introduz mecânicas únicas, como Plasma Fields e Plasma Strikes, que adicionam profundidade ao combate. Mesmo assim, peca pela falta de carisma dos personagens e mais uma jogabilidade no máximo ok. - Power Stone
Embora tenha aparecido no PSP e nos fliperamas, muitas pessoas conheceram a série no Dreamcast. Um dos primeiros jogos de luta em arenas 3D da Capcom, com foco em estratégia e movimentação, nele podemos usar armas e objetos do cenário para derrotar nossos oponentes. Apesar de ter agradado na época por inovar, envelheceu mal, principalmente pela sua continuação tão superiora e por isso é o jogo mais fraco da coletânea.
Como já nos acostumamos a ver nos pacotes temáticos da empresa, Capcom Fighting Collection 2 também traz um museu digital com uma vasta coleção de documentos de desenvolvimento, artes conceituais e trilhas sonoras dos clássicos.
Ao utilizar esse recurso, a empresa não só oferece algum adicional aos fãs com detalhes inéditos dos títulos, como contribui para a manutenção da sua própria história, algo que sempre deve ser reverenciado.
Além disso, quem gosta de medir força com outros jogadores gostará de saber que as partidas multiplayer online estão garantidas, com suporte à famosa tecnologia rollback netcode, que visa reduzir o lag em jogos online.

Crédito: Divulgação / Capcom
E como acontece em qualquer coleção deste tipo, alguns poderão lamentar a ausência deste ou daquele título, mas como os motivos para reclamações provavelmente estão presentes em outros pacotes da empresa, fica o desejo para um “Definitive Fighting Collection”.
Contudo, como algo assim é improvável, com essa coletânea a Capcom segue na sua árdua, mas louvável e necessária missão de preservar uma história tão rica. Somada às outras “reciclagens” da empresa, essa se destaca pela qualidade dos jogos presentes e peela emulação perfeita. Só as presenças dos fantásticos Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001 e Power Stone 2 já serviriam para justificar a existência desse imperdível Capcom Fighting Collection 2.
PS.: se pudesse sugerir, adoraria se a Capcom lançasse um hub que reunisse todos os jogos de luta lançados em suas coletâneas e que possuímos. Quem sabe um dia?