Dariusburst Another Chronicle EX+

Para mim, quando se trata de videogames nada consegue ser mais nostálgico do que os shoot ‘em ups — ou como muitos nos acostumamos a chamar, os “jogos de navinha”. O gênero sempre me remeteu à infância e entre as muitas séries que fizeram sucesso naquela época, a Darius certamente merece um lugar de destaque.

Com o primeiro capítulo tendo sido lançado em 1987, a franquia tem recebido títulos desde então e o último a ter chegado tanto no PlayStation 4 quanto no Nintendo Switch foi o Dariusburst Another Chronicle EX+. E para entendermos a origem desta versão com nome tão longo, é preciso voltar para 2009.

Foi naquele ano em que o PSP recebeu um jogo chamado Dariusburst, onde novamente precisávamos avançar pela campanha escolhendo quais estágios jogar e obviamente, enfrentando muitas naves em formato de peixes. No ano seguinte a Pyramid (empresa que havia desenvolvido o jogo) decidiu aperfeiçoá-lo, lançando uma versão para fliperamas que adotaria o subtítulo e eis que mais de uma década depois, chegou a hora dele ser relançado.

Com seu enredo se passando no ano 1904 (do calendário daquele universo), em Dariusburst Another Chronicle EX+ um vírus Belser conseguiu destruir a rede que era utilizada pelas naves humanas se comunicarem. Com isso a frota estelar foi dizimada rapidamente, com duas as lendárias naves Silver Hawk tendo sido as únicas a escaparem do massacre.

Pilotadas por um humano chamado Riga Pratica e pela inteligência artificial Ti2, caberá à dupla invadir o território e tentar sobreviver a uma das mais arriscadas missões da história, para assim tentar trazer a paz de volta ao planeta Darius.

Permitindo que até quatro pessoas joguem simultaneamente, o jogo conta com uma campanha principal onde poderemos nos arriscar com vidas infinitas (mas sem entrarmos para o placar) ou com três vidas por ficha.

Além disso, haverá ainda o Original Mode, em que teremos que encarar três estágios; o Chronicle Mode, onde escolheremos missões individuais que apresentarão estágios e chefes diferentes; o Original EX Mode, que funciona de maneira semelhante ao primeiro, mas com 12 novos estágios mais difíceis; e por fim, o Event Mode, em que teremos missões online, com inimigos, quantidade de vidas, naves, power-ups e chefes variáveis.

Por ser baseado em um jogo para fliperamas e que se valia de múltiplos monitores para entregar uma experiência mais imersiva, algo que deverá desagradar algumas pessoas é o fato de o Dariusburst: Another Chronicle EX+ entregar uma área de ação mais “esticada”, sem a opção de jogarmos na proporção 16:9.

Isso significa que haverá barras prestas nas partes superiores e inferiores da tela, o que poderá não incomodar muito quem estiver jogando no console da Sony, mas que fará com que toda a ação fique muito pequena no Nintendo Switch quando experimentado no modo portátil.

É compreensível que o título não nos dê a opção de alterarmos a proporção da tela, já que isso afetaria bastante a jogabilidade que foi pensada para funcionar num campo de visão mais amplo. Contudo, o Dariusburst: Chronicles Saviors implementou este recurso ao adicionar novas fases, o que demonstra um certo desleixo por parte do estúdio. No fim, me restou pensar como deve ter sido encarar o Another Chronicle EX em seu hardware original, com as telas conectadas fazendo com que tudo parecesse muito mais grandioso.

No entanto, desde que a pessoa consiga ignorar este detalhe, o que ela encontrará são gráficos bonitos, com muitas explosões e sem maiores problemas em relação a queda da taxa de frame, algo que pode prejudicar consideravelmente um jogo como este.

Isso posto, o que realmente merece destaque na parte técnica é a trilha sonora. Compostas pela elogiada equipe de som da Taito, a Zuntata, as músicas do Dariusburst: Another Chronicle EX+ são tão boas que nos dá vontade de continuar ouvindo mesmo fora do jogo, fazendo desta uma das trilhas mais bacanas dos últimos tempos.

Mas assim como tem acontecido com diversos relançamentos recentes, o que mais incomoda em Dariusburst: Another Chronicle EX+ é a maneira um tanto espartana como o pacote nos é apresentado. Sem materiais extra sobre a produção, como artes conceituais e entrevistas com os desenvolvedores, ou muitos conteúdos adicionais, teremos basicamente o mesmo que existia nos arcades. O que torna a situação pior é o fato do jogo estar sendo vendido por quase R$ 200, fazendo dele um investimento sugerido apenas para quem realmente é apaixonado pela série ou pelos jogos de navinha em geral.

 

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.