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Em outubro do ano passado a cidade onde moro foi atingida por uma chuva de granizo de proporções épicas, destruindo o telhado de milhares de casas e deixando muita gente desabrigada.

Felizmente a minha casa sofreu danos muito menores do que vi ao andar pelas ruas nos dias que seguiram o fenômeno, mas no meio da correria para evitar que os eletrodomésticos fossem molhados, acabei perdendo a TV que ficava ligada no meu computador.

Depois de um bom tempo usando aquele aparelho para aproveitar os jogos de PC, comecei a pensar no quanto seria difícil jogar no monitor 10 polegadas menor e o objetivo passou a ser encontrar uma solução. Com os bolsos praticamente vazios, comprar outra televisão estava fora de cogitação, mesmo porque eu já estava um pouco insatisfeito com as 32″ que tinha até então. Mas o que eu poderia fazer?

Aquilo ficou na minha cabeça por um bom tempo, até que me dei conta de que tinha uma TV grande na sala, então, por que não passar a usar meu computador nela? O problema era que a minha máquina também era usada para o trabalho, logo ficar levando para a sala e trazendo para o escritório estava fora de cogitação.

Parti então para a cotação de um PC bem simples, que pudesse me servir da melhor maneira possível para o dia-a-dia e o que já tinha poderia então ser dedicado apenas aos jogos, ficando constantemente na sala e pelo menos na teoria, resultando no cenário perfeito. Alguns meses após ter adquirido a nova máquina, gostaria de descrever o que estou achando da mudança.

As óbvias vantagens

Quem tem o PC como plataforma de jogos costuma dizer que a principal vantagem está no preço dos jogos, argumento difícil de ser combatido e ter acesso a uma grande quantidade de títulos gastando infinitamente menos do que nos consoles é realmente um ponto que deve ser levado em consideração e que tem um peso enorme.

Também tem sido fantástico poder aproveitar o poderio gráfico do computador numa tela de 46″ e em FullHD, sem falar no conforto proporcionado pelo sofá, no co-op local mais acessível e no fato da máquina ainda servir como uma central de mídia muito mais completa que qualquer videogame.

Por fim, eu ainda citaria o acesso a vários jogos bem antigos, algo que apenas um computador pode proporcionar, mesmo que em muitos casos isso não seja tão simples de ser conseguido.

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Os revelantes problemas

Embora transformar o computador em uma máquina exclusiva para games seja algo bastante tentador, existem alguns detalhes que não podem ser ignorados e que podem fazer com que muitos desistam da investida.

O primeiro deles será o tempo que demoraremos para ligar o PC. Ao contrário do que vemos nos consoles, a inicialização do Windows é muito demorada e confesso que já desisti de jogar alguma coisa por pura preguiça de ter que esperar o sistema estar pronto. Some a isso eventuais travamentos e a plataforma está longe de ser tão boa para jogos quanto gostaríamos.

Outra coisa que está me dando uma tremenda dor de cabeça é o som. Com a máquina ligada na televisão através da entrada HDMI e ela conectada ao Home Theather com um cabo óptico, não estou conseguindo ter som 5.1 nos jogos, e pelo menos por enquanto não achei uma solução para isso.

Contudo, aquele que provavelmente é o principal empecilho é a dificuldade em utilizar teclado e mouse. Sem um bom lugar para apoiar os periféricos, aproveitá-los na sala será um grande problema, mas com um pouco de boa vontade e paciência poderemos minimizar isso.

A (minha) solução para a dupla teclado e mouse

Primeiro vale dizer que há muito tempo tenho preferido encarar meus jogos utilizando um joysticks, mesmo quando se trata de FPSs e por isso não tenho sentido tanta falta da dupla preferida dos jogadores de PC.

Quando se trata de títulos mais antigos ou que não tenham suporte a controles, uma boa saída é usar programas que fazem com que os controles se comportem como teclado e mouse, e na minha opinião, o melhor deles é o Pinnacle Game Profiler. Com uma enorme quantidade de perfis disponíveis, o software torna muito simples aproveitarmos alguns games com controle.

No entanto, existem certos tipos de jogos que não consigo encarar com um joystick, como por exemplo os de estratégia e para estes casos eu adotei o seguinte: utilizar o recurso de streaming do Steam. Com isso eu consigo jogar no meu PC do trabalho aqueles títulos que estão instalados no de jogos, garantido a melhor qualidade de imagem possível e toda a precisão oferecida pelo teclado e mouse.

É claro que com isso eu acabo perdendo a tela maior, mas é um sacrifício que considero válido e pelo menos por enquanto o streaming tem funcionado muito melhor do que eu esperava, praticamente sem atraso nas respostas.

Também vale mencionar o Steam Big Picture, interface que permite navegar pelo catálogo de jogos usando apenas o controle e que se configurado para iniciar automaticamente, faz com que o PC pareça realmente um console. Só é uma pena que nem todos os títulos funcionem apenas com um joystick e por isso aguardo com muita ansiedade o lançamento do Steam Controller, já que ele promete ser a solução definitiva para este problema.

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Valeu a pena?

É claro que a resposta para esta pergunta é algo muito pessoal, mas eu estou extremamente satisfeito com a aposta um tanto arriscada que fiz. No início achei que não me adaptaria a um computador mais fraco, mas embora a configuração que montei para trabalhar seja bem simples, ela tem atendido minhas necessidades e a inclusão de uma placa de vídeo, mesmo que fraquinha (Radeon 5450), permitiu que jogos mais antigos rodassem muito bem nele, dispensando a necessidade de streaming.

Quanto a ter um PC na sala, esta foi uma boa maneira de segurar mais um pouco a vontade de comprar um console da nova geração e ainda abriu espaço para que eu voltasse a ter uma TV CRT para ligar meus consoles antigos, então posso dizer que estou plenamente satisfeito.

Espero portanto que este relato sirva para esclarecer algumas dúvidas de quem estiver pensando em fazer algo parecido, mas se você quiser saber algum detalhe ou tiver soluções para alguns dos problemas citados aqui, não hesite em utilizar os comentários, ok?

http://www.vidadegamer.com.br
Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.