De tempos em tempos alguns jogos conseguem a incrível façanha de chamar a atenção de muitos jogadores mesmo sem uma grande campanha de marketing milionária ou não sendo considerado um primor técnico e um dos últimos a entrarem para esta lista foi um tal de Rogue Legacy.

Exclusivo para PC, o título independente criado pela Cellar Door Games apareceu no Steam recentemente sem causar muito alarde e não demorou até que algumas pessoas percebessem suas qualidades, que estão principalmente na sua mecânica.

Num primeiro momento o Rogue Legacy pode parecer apenas um jogo de plataforma no melhor estilo 8/16 bits – o que por si só não seria nenhum demérito – mas basta dedicarmos alguns minutos a ele para percebermos que por baixo de sua carcaça há uma jogabilidade muito bem elaborada e extremamente viciante.

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Com seu início servindo como uma espécie de tutorial, o jogo nos coloca no controle de um cavaleiro que precisa salvar um reino ameaçado, algo que qualquer fã do Ghouls ‘n Ghosts logo identificará, mas passada esta etapa descobrimos que não duraremos muito tempo vivo e que na verdade a morte será benéfica.

Isso porque a grande sacada do Rogue Legacy é que cada vez que somos derrotados ganhamos uma nova chance, porém encarnando o filho do personagem anterior, que além de herdar tudo o que o seu progenitor conseguiu, como dinheiro, equipamentos e experiência, ainda terá a (in)felicidade de carregar consigo algumas características físicas.

[one_half][alert variation=”alert-info”]Rogue Legacy pode parecer apenas um jogo de plataforma no melhor estilo 8/16 bits – o que por si só não seria nenhum demérito.[/alert]
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Por exemplo, imagine um guerreiro míope com nanismo, o que por um lado fará com que toda imagem distante fique borrada, mas por outro nos permitirá entrar em locais que nenhum outro personagem conseguirá, devido a sua estatura. A variedade de “traços” é bem grande e a cada nova geração poderemos escolher entre três heróis, cada um deles com características – boas e/ou ruins – aleatórias e distintas, adicionando assim uma grande dose de surpresa à aventura.

Outra ideia muito interessante adotada pelos desenvolvedores foi a de gerar as fases randômicamente, assim nunca sabemos exatamente para onde seguir após uma morte e dependendo do estilo do personagem que estivermos escolhido, nosso caminho poderá se mostrar um desafio praticamente intransponível e dizer que ele é uma espécie de Demon’s Souls em 2D não me parece nenhum exagero.

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Se juntarmos a todas essas características os belos gráficos, uma trilha sonora empolgante e as diversas classes que habilitamos com o tempo, temos no Rogue Legacy um jogo muito acima da média e que pode nos proporcionar muitas horas de diversão, mas desde que você esteja disposto a sofrer com sua dificuldade e a se dedicar a um título que resgata muito do espírito das antigas gerações, felizmente adotando alguns conceitos mais modernos.

O jogo é mais um daqueles que devemos agradecer aos pequenos estúdios por terem se arriscado a criá-los e se tivermos um pouco de sorte, não demorará até que ele dê as caras num portátil como o PlayStation Vita, pois o seu estilo se encaixaria perfeitamente numa dessas plataformas.

Abaixo deixarei um vídeo onde mostro um pouco do Rogue Legacy em ação. Nele temos o tempo que durei com uma das gerações e serve para que você tenha uma noção do que esperar.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.