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Galerinha, finalmente casei. Muita coisa ainda está em processo de mudança, vida nova, paladar novo (adeus lasanha da mamãe e o miojo que eu fazia). Igual mesmo, só a mulher, a mesma da minha vida a três anos e espero que por muitos outros além.

Ontem finalizei a mudança, instalei os eletrônicos, os eletrodomésticos, as coisinhas que só mulher entende e diz que precisa (sério que é necessário um porta tempero???), e mais ou menos 23h00 sentei me para jogar um pouco.

Vocês devem lembrar que eu me propus no início do ano a zerar 12 jogos em 2015, pois é, não deu ainda. Casamento toma muito tempo e exige muito preparo, organização e gastos. Qualquer tempo “livre” se torna visita à buffet, contratação de serviços, fotos especiais, entrega de convites a amigos e familiares e acaba concorrendo com a necessidade de se atualizar profissionalmente. Agora com a mudança se consolidando, resolvi jogar um pouco.

Zerei meu save do Assassin’s Creed e recomecei o game, percebi umas falhas grotescas na minha movimentação no game. Nem tudo acontecia na tela do jeito que eu esperava e isso me acendeu um segundo alerta.

Primeiro alerta

Ganhamos muitos presentes de uma lista de casamento no PontoFrio.com, alguns repetidos que acabaram se convertendo em parte do valor de uma nova tevê para a sala. Assim que a tevê chegou, montei a sala e tentei jogar um pouco de Donkey Kong Country: Tropical Freeze. Eu estava bem cansado e errava muito as plataformas do jogo, tanto errava que naquele dia desisti do jogo. Me culpei e achei que meu baixo desempenho seria corrigido na jogatina seguinte.

Os jogos ficaram em stand by e só joguei poucos minutos utilizando a tela do gamepad do Wii U até ontem.

Segundo Alerta

Ontem, minha esposa estava passando mal e deitou-se um pouco mais cedo, oportunidade ímpar para voltar a jogar. Assassin’s Creed no drive, fones de ouvido em ótimo volume, luz apagada, jarrinha de Matte Leão a postos, pés sobre a mesa de centro, posição confortável… enfim “O Recanto do Guerreiro”.

Jogo começando do zero, percebi que a corrida do pirata estava um pouco esquisita, torta, algo estava errado. Pausei o game, percebi que a movimentação entre os menus da XMB não estava fluida. Coloquei Ultra Street Fighter IV e meus golpes estavam atrasados.

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O problema

Pesquisei pelo meu modelo de tevê com foco em videogames e descobri que a minha mega-ultra-fodástica tevê sofre com um tal de Input Lag muito alto.

Confesso que nunca tinha me atentado a isso, sou gamer das antigas, vim do Atari 2600 que ficava ligado a uma CRT de 12″ (sim, 12 polegadas) preto e branca e evoluí ao longo dos anos com a tecnologia. Naquela época, jogar videogames significava: conectar a tomada, o cabo RF, trocar para o canal 3 ou 4, assoprar o cartucho e jogar meu game. Tudo muito simples e espartano. Era ligar e pronto. Funcionava.

O período de sete dias para a troca da tevê já passou, por isso pegar outra tevê não é uma opção (pelo menos para um primeiro momento), então o jeito é voltar à minha Sony Bravia antiga ou buscar no Google sobre como resolver o bendito Input Lag.

O artigo do link explica muito bem o que causa o Input Lag, sendo bem sucinto, o problema acontece porque as tevês de alta definição tem uma camada de processamento nas imagens e isso acrescenta alguns milissegundos de atraso no que se vê na tela. Para filmes, esse atraso é quase imperceptível, mas para games, ainda mais games que exigem velocidade e mudanças de movimentos, a coisa beira o absurdo, toda a sua precisão, “vai para o saco”. O paliativo é desligar todas as opções de melhoria existentes em sua tevê, o que inclui: setar a entrada HDMI dizendo que se está usando um computador ou videogame naquela entrada e no meu caso, dizer nas configurações gerais da tevê que só vou utilizar a tevê para jogos ou PC, tornando-a assim, um monitor burro.

Isso não atrapalha as funções Smart da mesma, aliás, para a parca (disse parca mesmo, não porca) programação de tevê que consumo (telejornais) não tive perda de qualidade e resolve paliativamente o problema do Input Lag.

O ponto

Essa novela toda foi contada porque tive um déjà vu de 2009, quando comprei meu PlayStation 3.

Na ocasião, fiz todos os passos para ter a melhor experiência de jogo possível com o meu console. Já tinha uma LCD e um pequeno hometheater com entrada SPDIF.

O PS3 veio com cabo videocomposto, tomada e só. Precisei então dos seguintes passos até jogar o primeiro game:

  1. Adquirir cabo HDMI e SPDIF.
  2. Conectados os cabos, videogame ligado, precisei plugar o joystick na USB para sincronizar o controle e o console, além de carregar o controle que veio zerado.
  3. Console ligado, criar perfil no videogame.
  4. Ir nas configurações do videogame, setar as configurações de imagem e som, testar e acertar o que não ficou 100%.
  5. Setar as configurações de rede.
  6. Atualizar o sistema do videogame.
  7. Criar minha conta na PSN.
  8. Colocar o jogo no drive e INSTALAR o jogo no videogame (até então, instalar jogo era coisa de computador).
  9. Jogo instalado, hora de jogar? Não. Às vezes, precisamos atualizar o jogo também.

Claro que algumas etapas podem variar de jogador para jogador. Nesse caso, conto minha experiência pessoal.

Ressalto que o videogame não veio com um jogo em sua caixa, então tive que contar com a sorte para ter um jogo disponível quando o videogame chegou (o jogo que comprei no mesmo dia, chegou dois dias depois).

Ok, sou adulto, gamer experiente e trabalho com Tecnologia da Informação. Para mim, não foi difícil configurar meu videogame, mas a sensação que tive que seria impossível ter a mesma facilidade que tive quando liguei meu SNES nos idos de 1997.

Gamer das antigas

snesEm 1997, ganhei meu SNES, abri a caixa, pluguei tomada e o RF, espetei o Super Mario World (que Deus o abençoe) e em menos de 10 minutos já estava jogando.

Cadê essa simplicidade? Sério, fico pensando numa criança recebendo um videogame da avó.

Será que a dona Cotinha vai saber o que fazer quando o videogame do Zezinho que custou mil reais não funciona direito, quer seja por um cabo ruim, uma configuração errada ou na mais bizarra (para mim) das hipóteses, tem umaTV com um Input Lag default muito alto.

Evolução é necessária, mas será que não dá pra manter simples?

Acho que vou voltar a jogar SNES.

Jônatas Afonso, deus grego, explorador audacioso, artilheiro da copa do mundo, encanador bigodudo, piloto de karts e aviões, atirador de elite, chefe da Horda, membro da SWAT, assassino silencioso, um pequeno pixel na tela... E um ciclista quando falta luz ou preciso sair do meu mundinho.