Uma coisa que sempre lamentarei é o fato de ter chegado muito tarde aos consoles da Nintendo. Como pulei do Atari direto para o Mega Drive, infelizmente nunca tive um Nintendinho e isso fez com que eu só conhecesse muitas das suas franquia lá pela metade da década de 90, quando comprei meu primeiro Super Nintendo.

Entre as muitas pérolas que descobri naquela época estava um jogo em que controlávamos um garoto que tinha como missão salvar o mundo em que morava e se na ocasião eu não tinha muita noção disso, hoje posso dizer com toda a certeza que o The Legend of Zelda: A Link to the Past se tornou um dos melhores títulos que tive a oportunidade de jogar.

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Com uma mecânica muito diferente de tudo o que existia nos outros consoles, o que me prendeu naquele jogo não foram seus belos gráficos ou sua icônica trilha sonora, mas sim a possibilidade de explorarmos um vasto mundo e principalmente, os calabouços que exigiam raciocínio para ultrapassarmos seus muitos quebra-cabeças.

zelda-03Sempre achei fascinantes a maneira como a franquia soube usar os itens que ganhamos para nos propor novos desafios e assim dar alguma variedade à jogabilidade. Chegar num determinado calabouço e só depois de algum tempo perceber que você só avançaria se utilizasse o objeto correto era algo extremamente recompensador e para mim, sempre foi o principal diferencial em relação a outros jogos que tentaram copiá-lo.

Por falar em cópia, eu até já vi muita gente reclamando que todos os The Legend of Zelda são iguais, que existe pouca variação entre um capítulo e outro, mas nunca me incomodei com isso, justamente porque quando começo a jogar um deles, o que espero é exatamente a exploração e resolução de puzzles.

Talvez a crítica tenha algum fundamento, mas o fato é que ver o pequeno Link evoluindo e tornando-se cada vez mais forte sempre me pareceu uma experiência incrível, o que no caso específico daquele jogo para o SNES, para alguém que chegava à franquia apenas naquele capítulo isso era ainda mais evidente, bastando alguns poucos minutos para nos sentirmos completamente imersos naquele fantástico mundo virtual criado por Takashi Tezuka e Shigeru Miyamoto.

Hoje sou muito grato a aquele jogo, pois foi ele que me fez apaixonar por esta franquia e ao contrário do que vejo muitos fãs do Ocarina of Time defenderem, considero o A Link to the Past o melhor de todos os The Legend of Zelda, mesmo porque acho que este é o capítulo que melhor envelheceu. Na minha opinião, por mais que a tecnologia avance e os gráficos dos games se tornem cada vezes mais realistas, acho que nunca me cansarei de jogar esta verdadeira obra de arte, facilmente um dos melhores jogos de todos os tempos.

 

A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, com a intenção de dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderá ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.
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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.