Eu aprendi a gostar de futebol ainda cedo, em parte por influência do meu pai, mas sempre que eu via um jogo eletrônico que tentava recriar o esporte bretão, não conseguia entender como as pessoas se divertiam com aquilo.
Na virada da década de 80 para a de 90, vários dos meu amigos adoravam se reunir para encarar longas jornadas de games como o Goal (NES) ou o Super Futebol (Master System), já eu preferia ignorar as disputas, por achar que todos aqueles títulos falhavam miseravelmente na tentativa de simular o futebol. Até que chegou o início de 1994.
Sem causar muito alarde, a Electronic Arts colocou no mercado um jogo que carregava no título o nome da entidade máxima do esporte e no momento em que joguei minha primeira partida do FIFA International Soccer, descobri que aquele era o jogo com o qual sempre sonhei, mesmo sem saber disso.
Com uma inusitada câmera isométrica, controlar os jogadores daquela maneira era bastante estranho, mas logo que pegássemos o jeito, era possível encontrar uma diversão quase ilimitada, principalmente se estivéssemos jogando com outras pessoas.
Na verdade, as melhores memórias que tenho em relação ao “FIFA 94″, como muitos gostam de chamar erroneamente, são as inúmeras tardes que passei junto com meus amigos disputando os mais competitivos campeonatos e em um determinado momento, chegamos até a utilizar um caderno para organizar as disputas, dada as limitações que o modo torneio possuía.
Depois de tantas horas passadas naquele jogo, conseguimos descobrir por conta própria uma série de macetes, como por exemplo ficar parado na frente do goleiro na reposição de bola, mas aquele que fizesse um gol assim era sempre duramente criticado, chegando a gerar discussões acaloradas e invariavelmente sendo obrigado a marcar contra sua própria meta, só para remediar a situação.
Como eu alugava aquele cartucho do Mega Drive compulsivamente, muitas vezes ficando uma semana inteira na minha casa, tive a felicidade de ser presenteado pela minha avó com a versão daquele jogo para o meu saudoso Sega CD e a partir daquele momento, a minha casa passou a ser uma sede permanente da Copa do Mundo minha e dos meus amigos.
FIFA International Soccer também foi responsável por gerar algumas lendas, como o atacante brasileiro Janco Tianno, que adorava comemorar seus gols com o típico soco no ar imortalizado por Pelé ou o meio campista Tito Mancuso, mas no fim das contas, o grande mérito do game era fazer com que nós fôssemos os verdadeiros craques.
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[alert variation=”alert-info”]A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.[/alert]
