grim-fandango

Como sempre gostei de fazer, certo dia entrei numa grande livraria de Curitiba para dar uma olhada nuns livros e depois de alguns minutos andando pela loja, resolvi ver o que tinha na seção de games.

Ainda novato no ramo de jogos para computador, tudo ali parecia novidade e bastante indeciso, resolvi apostar em dois títulos que estavam sendo vendidos por preços bem baixos. Um deles me pareceu um ótimo negócio, afinal era o quarto capítulo da consagrada série Alone in the Dark, já o outro peguei sem saber do que se tratava. Mal sabia que por causa dele estava levando para casa uma obra de arte.

manny-calaveraLançado pela LucasArts e idealizado por Tim Schafer, Grim Fandango era um adventure que deixava de lado o estilo apontar e clicar, parecendo-se muito mais com um jogo para consoles e embora sua jogabilidade fosse certamente o seu ponto fraco, havia muito ali para justificar o status que ele acabou conquistando.

Além de uma direção artística incomparável, uma enorme quantidade de personagens extremamente carismáticos e uma ótima trilha sonora, o game brilhou por sua temática inusitada e por seu excelente enredo.

Grim Fandango nos levava à Terra dos Mortos, local para onde todos nós iremos quando nossa hora por aqui chegar ao fim e quando desembarcarmos por lá, seremos recebidos por uma espécie de agente de viagem, um sujeito que ficará responsável por nos mostrar qual caminho teremos que seguir para chegar ao paraíso.

Como um desses “guias”, no game assumimos o papel de Manuel “Manny” Calavera e durante toda a aventura inspirada pelo folclore mexicano, a única certeza é que teremos muitos quebra-cabeças pela frente e uma alta dose de humor, algo que ainda hoje é um tanto raro nos videogames.

grim-fandango-2Outro aspecto do jogo que merece ser citado é o excepcional trabalho de dublagem feito na edição lançada aqui no Brasil. Ouvir os personagens falando uma espécie de portunhol deixava tudo mais engraçado e ajudava muito a incrementar a atmosfera do jogo. Méritos do pessoal da extinta Brasoft, que será sempre lembrada e reverenciada por ter nos dados este presente.

Infelizmente o título permaneceu adormecido por muitos anos, sem que tivéssemos a oportunidade de adquirí-lo digitalmente e podendo rodá-lo facilmente em versões mais novas do Windows, e quando a Disney resolveu fechar a LucasArts, parecia que o Grim Fandango seria esquecido para sempre.

Porém, na edição da E3 deste ano a Sony revelou uma parceria com os detentores dos direitos da marca e com a Double Fine, atual estúdio de Schafer e por isso em breve teremos a oportunidade de jogar novamente esta maravilha, mas provavelmente sem a excelente dublagem que recebemos por aqui. Mesmo assim, este é um título que todos devem conhecer e ainda bem que logo isso será um pouco mais fácil.

[youtube url=”http://youtu.be/smPheicUt9U” fs=”1″]

PS.: Se você também não gostava do sistema original de controles do Grim Fandango, dê uma olhada nisso aqui.

[alert variation=”alert-info”]A coluna Relembrando nasceu lá no Meio Bit e a intenção com ela era falar sobre jogos antigos que eu adoro. Agora ela será publicada aqui, todas as semanas, mas a intenção é dar uma visão mais intimista sobre os games, contando situações pessoais que me fazem lembrar desses clássicos e que por vezes poderão ter a total veracidade dos relatos comprometida pela minha memória.[/alert]

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.