The Church in the Darkness

Final da década de 70. O carismático casal Isaac e Rebecca Walker começa a arrebanhar seguidores e achando que o governo dos Estados Unidos os está perseguindo, decidem se mudar para a América do Sul. Essa poderia muito bem ser a história de Jonestwon, mas é do jogo The Church in the Darkness.

Disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One, o título é o primeiro trabalho da Paranoid Productions, tendo chamado a minha atenção por sua proposta pouco comum. Nele assumimos o papel do tio de uma das pessoas que se juntaram a Missão de Justiça Coletiva e assim partiremos para tentar encontrar o garoto.

Como um ex-agente da lei, o nosso personagem precisará usar da violência e/ou esgueirar-se pelos arredores da misteriosa vila para descobrir o que está acontecendo por lá e se tem um ponto em que o The Church in the Darkness brilha, é na constante tensão que ele nos passa.

Com o risco de sermos descobertos estando sempre presente, precisaremos fazer o possível para não sermos vistos pelos membros da seita e para isso precisaremos vasculhar os cenários em busca de armas ou itens que facilitarão a nossa missão. Além disso, precisaremos decidir sobre nocautear guardas e civis ou simplesmente matar todos que cruzarem o nosso caminho.

Funcionando como um típico roguelite, onde a nossa morte significará termos que voltar ao início da aventura, o grande destaque do jogo é o fato do mapa ser gerado aleatoriamente, mas principalmente, a maneira como o temperamento dos criadores do culto muda entre uma partida e outra.

Isso faz com que as motivações para a criação da Missão de Justiça Coletiva sejam diferentes e para entendermos o que está acontecendo no lugar, teremos que procurar documentos espalhados pelos cenários e conversar com algumas pessoas. Ao todo teremos 20 finais à nossa disposição e para quem gosta de desvendar mistérios, o jogo consegue criar um clima interessante a cada nova incursão na floresta.

O grande problema é que por mais que o The Church in the Darkness se esforce para oferecer alguma variedade, não demorará até percebermos que a jogabilidade se resume a andar sorrateiramente, evitar ser visto e esconder os corpos. Mesmo a variação de personalidade dos fundadores da seita influencia pouco na mecânica de jogo e por se tratar de um título com forte apelo ao enredo, aqueles que não entendem inglês perderão grande parte da experiência.

Também pesa contra a maneira como ele funciona nos consoles, já que jogar com um controle muitas vezes se mostra menos preciso e prático do que deveria. Como isso provavelmente não deve acontecer com a dupla teclado e mouse, tendo a crer que o PC tenha recebido a melhor versão do game.

Portanto, no estado em que se encontra atualmente o jogo passa a impressão de os seus criadores não terem conseguido por em prática aquilo que idealizaram e por isso fico pensando que talvez o melhor seja esperar por uma continuação ou até mesmo uma expansão de grande porte. Se isso acontecer, seria muito legal se a desenvolvedora adicionasse a possibilidade de jogarmos na companhia de outra pessoa, recurso que poderia tornar o jogo muito mais divertido e variado.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.