They Are Billions

Eu nunca gostei muito da ideia de que certos estilos de jogos não funcionam nesta ou naquela plataforma, mas ao dar uma chance ao They Are Billions no Xbox One, tenho que admitir que ele não foi feito para ser jogado com controle — ou, ao menos não foi bem adaptado pelo pessoal da Numantian Games. Mas antes de reclamar sobre o sistema de controles no console, me permita explicar o que é o They Are Billions.

Funcionando como um jogo de estratégia em tempo real, nele estaremos num futuro distante onde a humanidade foi quase totalmente dizimada por zumbis. No comando de alguns poucos sobreviventes, nossa missão será fundar e administrar uma colônia, com dois dos seus principais diferencias sendo a ambientação steampunk e a constante ameaça dos mortos-vivos.

Colocar personagens para explorar o mapa e inevitavelmente nos deparar com zumbis é uma experiência muito interessante e em boa parte das vezes, aterrorizante. Esse tipo de sensação é algo difícil de ver em um jogo do gênero, o que faz com que o They Are Billions de certa forma acabe funcionando como uma mistura de estratégia com jogo de sobrevivência.

O que faz com que cada partida seja bastante tensa são os eventos aleatórios e a enorme quantidade de zumbis que poderão nos atacar. mas quando falo em enorme, não pense em algumas dezenas de inimigos rumando em direção à nossa cidades, mas sim milhares. De acordo com a desenvolvedora, a engine em que o jogo foi feito permite que até 20.000 unidades se reúnam em tempo real, um mar de seres putrefatos que será capaz de tanto nos fazer esboçar um sorriso, quanto nos deixar bastante preocupados.

Tudo bem, não chega a bilhões, mas eles são MUITOS!

They Are Billions é um jogo com com um estilo visual interessante e várias ideias (e execuções) bacanas, principalmente por pertencer a um gênero que raramente busca a inovação. Porém, nos consoles ele conta com dois problemas que basicamente estão me impedindo de continuar jogando.

O primeiro deles é o que mencionei no início do texto, o terrível sistema de controles. Realizar qualquer ação usando um joystick é uma tarefa quase impossível, com a imprecisão e a complexidade acabando com qualquer prazer que poderíamos ter jogando num videogame. O simples ato de escolher uma unidade, seja no campo de batalha, seja no menu, mostra-se complicado demais, fazendo com que as partidas se tornem muito mais difíceis do que deveriam — e olha que o jogo já não é fácil.

Há de se dizer no entanto que o título permite a utilização de teclado e mouse no Xbox One, o que sem dúvida corrige o problema, mas como estamos falando de um jogo para console, isso praticamente elimina o conforto de estamos sentados no sofá e é aí que entra outro grande problema do They Are Billions, a sua interface.

Com as fontes sendo absurdamente pequenas, conseguir enxergar qualquer coisa escrita no jogo é um desafio mesmo para quem tem uma boa visão. Como este não é o meu caso, muitas vezes tive que me aproximar bastante da TV para poder ler a o que estava presentes na minúsculas caixas de texto do jogo e eu sinceramente não consigo entender como uma desenvolvedora pode não perceber um problema como este.

O curioso é que recentemente o estúdio lançou um patch que deveria tornar os textos mais legíveis, mas ou o meu jogo não foi atualizado ou tenho medo de pensar como era antes. De qualquer forma, acho que eles ainda precisarão melhorar muito esse aspecto para que o They Are Billions se torne minimamente aproveitável.

Eu também criticaria a falta de variedade, já que por enquanto o título conta apenas com um modo sobrevivência e acredito que ele ganharia muito se recebesse uma campanha, principalmente se ela também servisse como um tutorial.

Ou seja, da maneira como o They Are Billions se encontra nos consoles, acho muito difícil recomendar a sua aquisição, principalmente se você for jogar com um controle. Pode ser que no futuro a Numantian Games consiga corrigir alguns desses problemas, mas por hora, só consigo lamentar por não ter pego a versão do game para PC.

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Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.