Pois bem.

É, eu acho que gosto de começar textos com frases sem sentido, tais como: “pois bem”, “então”, “olá” … Sendo assim, este é mais um texto despropositado que foca em falar das loucuras de cada um de nós.

Perdoem-me  acadêmicos, psicólogos, psiquiatras ou quaisquer especialistas que chegarem até o fim desses escritos. Aliás, parem por aqui, esse texto não é para vocês.

jokerQuem aqui leu A Piada Mortal? Quem aqui, fã de quadrinhos, se lembra de Batman Contra o Capuz Vermelho?

Nessas duas histórias — não recomendadas para crianças — conhecemos um pouco da sandice do Coringa e sua possível origem. The Joker é cruel, inconsequente e sua tese a ser provada é a de que qualquer homem levado ao extremo de sua sanidade pode se tornar um novo maníaco homicida. Em cada uma dessas histórias, personagens chave são testados e o desfecho marca toda a história do Homem-Morcego.

Se você leu essas histórias, não preciso mais alerta-lo sobre spoilers.

Você já conhece a sandice do Palhaço do Crime e não há níveis seguros para avaliar do que o Coringa é capaz. Mestre do crime, versado em química, biologia e com a força muscular que somente os lunáticos em seus momentos de loucura são capazes de manifestar, não há como prever o que os roteiristas da Warner irão fazer para nos surpreender.

No primeiro game a história relata como o Coringa enganou o Batman apenas para adentrar no Asilo Arkham e lá criar sua fortaleza. Enfrentamos icônicos vilões de Gotham City como a Era venenosa, famosa botânica que não tem bons olhos para o que não seja planta; o Crocodilo que se esconde nos esgotos e não faz restrições alimentares; Arlequina, apaixonada pelo Coringa e capaz de fazer qualquer coisa pelo seu “Pudinzinho” e os melhores puzzles vistos até então com o vilão Espantalho (Scarecrow) onde a droga do medo injetada na jugular do Batman o obriga a enfrentar seus maiores medos.

Haveria muito a dizer sobre esse primeiro game, mas creio que por ser um dos melhores da geração passada, não é justo estragar as surpresas.

O segundo game continua alguns anos depois do primeiro. Políticos influentes apoiando o prefeito resolvem que o incidente do Asilo demonstra toda a inabilidade da polícia de Gotham em lidar com esses vilões incomuns. Parte dessa resolução significou fechar o Asilo e boa parte da cidade de Gotham, criando um gueto específico para abandonar os indesejáveis às suas próprias sortes.
Cada supervilão recrutou os bandidos menores que adentraram o Arkham e assim as facções se fortaleceram em número e com subchefes mais preparados para encarar o Morcegão.

Reencontramos a maior parte dos vilões do primeiro jogo, com notável exceção ao Espantalho, todos os vilões aparecem de uma forma ou de outra nesse game que potencializou as qualidades do primeiro Arkham. Novos vilões, como já dito, novas mecânicas, um terreno mais vasto para ser explorado, novos “Ovos de Páscoa” e referências para fãs de quadrinhos se deleitarem com a criatividade desse estúdio que rivaliza com outros mais consagrados pelos fãs.

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A história é primorosa e te prende no sofá. Enquanto você procura uma cura para uma doença misteriosa que contaminou o Coringa após o uso exagerado da Titan, temos de lutar contra o tempo e as probabilidades para salvar o Batman (que também terá sido infectado pela doença) e os hospitais de Gotham. É, não sei bem quanto sangue o Coringa tem no corpo, ainda mais sendo magro daquele jeito, mas ele dá um jeito de espalhar diversas bolsas de sangue contaminado pela cidade e a menos que Batman consiga a cura para si e para o Coringa, ninguém estará em segurança nessa cidade sombria.

Conhecemos Hugo Strange, um homem brilhante que conhece a verdadeira identidade de Batman e ameaça divulgar à imprensa, temos a Mulher-Gato como aliada ocasional do Batman usando roupas de couro apertadíssimas; Victor Zsasz, ainda reservando um espaço em seu corpo para marcar uma cicatriz em homenagem à morte do Batman; Solomon Grundy, Chapeleiro Louco, Ra’s Al Ghul, e tantos quantos o Google me permitir lembrar.

Mais uma vez pausei minha vida por semanas a fio e me dediquei a resolver essa pérola da geração passada.

Agora eu me obriguei a descumprir todas as minhas promessas do ano passado.

Eu estou sem grana, com muitos jogos na fila e sem um horizonte que me permita visualizar o fim do meu backlog de games, mas ainda assim, não fui capaz de resistir ao anúncio de que o preço dos consoles iria sofrer um aumento em novembro de 2015. Sendo assim, conversei com minha esposa sobre o medo que tinha de deixar a última oportunidade de comprar um videogame da geração atual a um preço justo e resolvemos fazer um aperto no orçamento para encaixar a compra do Xbox One.

Comprei-o tendo em vista a possibilidade de jogar o último game (até agora) da saga Arkham e o game acompanhou a minha compra :). Não entrarei em detalhes sobre o console, a história que envolve essa aquisição ou qualquer blá blá bla. O que importa aqui é que Batman: Arkham Knight continua a me surpreender.

Seu início já me deu um tapa na cara.

Começamos com um rito audaz que só pôde ser comparado em termos de coragem com o “batismo” que introduz o BioShock Infinity. Fiquei boquiaberto com esse rito e me perguntando que caminhos a história iria seguir. Como a história iria se desenrolar depois dos acontecimentos de Arkham City?

Um novo vilão metódico e conhecedor íntimo das técnicas e armamentos do Batman surge para ajudar o Espantalho a espalhar o caos na cidade. O autoproclamado Arkham Knight tem conhecimentos bélicos que deixariam Paton desconcertado, equipamentos que fariam a NATO colocar o Tomahawk entre as pernas e sair de fininho.

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Para enfrentar a engenhosidade desse novo Nêmesis, o Batmóvel mais “puxa-vida-que-maneiro” é usado pela primeira vez na série.
O uso não é gratuito, temos missões exclusivas para o uso do Batmóvel e algumas que envolvem os desafios do Charada e são muito divertidas.

Além da história normal, tenho pela frente as missões paralelas que enriquecem e prolongam a experiência, e os DLCs, que mais uma vez não são apenas caça-níqueis 🙂

Obrigado Warner para esse presente de Natal 🙂  (Sim, eu comprei no Natal :P)

E a quem ainda não começou a jogar, leia antes as revistas que recomendei. Reconhecer a referências vai te deixar com um sorriso no rosto.

Jônatas Afonso, deus grego, explorador audacioso, artilheiro da copa do mundo, encanador bigodudo, piloto de karts e aviões, atirador de elite, chefe da Horda, membro da SWAT, assassino silencioso, um pequeno pixel na tela... E um ciclista quando falta luz ou preciso sair do meu mundinho.