DayZ

Se hoje são os battle royales que dominam a indústria, houve uma época em que a atenção de boa parte dos jogadores de PC estava voltada para um mod. Usando o ARMA 2 como base, em 2012 Dean Hall criou uma modificação que conquistou a atenção das pessoas por ser diferente de tudo o que tínhamos até então. Nascia ali o DayZ, um dos maiores fenômenos que os games viram nos últimos tempos.

DayZNele assumimos o papel de uma pessoa que acorda em uma praia deserta sem saber ao certo como foi parar ali. Após alguns minutos andando pelo lugar logo descobrimos que não estamos sozinhos, já que uma misteriosa epidemia transformou em zumbis quase todos os moradores da fictícia região pós-soviética de Chernarus.

Mas você reparou que eu falei “quase”? Pois é aí que entra uma das grandes sacadas de DayZ. Ao invés de simplesmente nos colocar para sobreviver aos ataques dos mortos-vivos enquanto procuramos por comida, água e armas, o game faz isso ao espalhar outros jogadores pelo enorme mapa e como cada um fará o possível para sobreviver, em quem devemos confiar?

Sim, da mesma maneira que poderemos nos unir a outros jogadores para tentar aguentar mais alguns minutos no perigoso lugar, nunca saberemos ao certo quais encontros resultarão em ferozes tiroteios e se tem uma coisa que pode fazer toda a diferença aqui é atirar primeiro ou não.

Com a sua mecânica permitindo que uma partida nunca seja igual a anterior e por isso gerando diversas histórias muitos interessantes, não era de se espantar a popularidade que o mod alcançou e percebendo um enorme potencial ali, a Bohemia Interactive — que era a criadora do ARMA 2 — tratou de contratar Hall e encomendar uma versão independente do jogo.

Com a promessa de manter a essência da modificação, mas entregando gráficos mais bonitos, uma nova interface e versões para PlayStation 4 e Xbox One, o desenvolvimento teve início e vários anos depois, o que os donos destes consoles receberam está bem longe de algo que mereça ser comemorado.

DayZ

De um sistema de inventário confuso e que fatalmente lhe tomará mais tempo para ser gerido do que deveria, a problemas na queda da taxa de frames, nos consoles o DayZ passa a impressão de ter sido lançado antes da hora, mesmo tendo passado vários anos em desenvolvimento.

Some a isso gráficos datados, com cenários sem muitos detalhes e personagens com texturas borradas e por mais que tentemos levar em consideração a natureza de mundo aberto e online do jogo, fica difícil engolir o que a equipe da Bohemia alcançou. Talvez tenha faltado experiência por parte dos desenvolvedores em relação a consoles, talvez a engine utilizada não funcione bem com esses aparelhos, mas o fato é que tecnicamente esta versão parece muito inferior a o que já vimos ser entregue nos videogames de Sony e Microsoft.

Porém, de todos os problemas que o DayZ possui, e não sou poucos, aquele que mais me incomodou e basicamente tem me impedido de jogar, é o lag. Com um tempo de resposta absurdamente alto e que não lembro de ter visto em outro jogo do Xbox One, querer atirar em qualquer coisa tem se mostrado uma tarefa praticamente impossível, prejudicando assim profundamente a experiência.

Por se tratar de um jogo de sobrevivência e onde enfrentaremos outras pessoas, ver que as suas ações estão sendo executados alguns preciosos segundos depois é algo muito desanimador e a menos que servidores sejam instalados no Brasil, o que parece improvável, encarar uma partida de DayZ será entrar sabendo que não teremos a menor chance.

O pior de tudo é que o jogo possui alguns bons conceitos, com a ideia de termos que explorar o mapa e coletar recursos sendo muito bacana e a liberdade que ele nos dá abrindo espaço para vivermos muitas histórias. No entanto, a menos que você esteja mais perto dos servidores da empresa, torna-se difícil recomendá-lo nos consoles e mesmo que o lag não te incomode, espero que tenha paciência para ignorar os bugs, a interface, os gráficos, a inteligência artificial que deixa a desejar…

DayZ

http://www.vidadegamer.com.br
Pai em tempo integral do pequeno Nicolas, enquanto se divide escrevendo para o Meio Bit Games e Vida de Gamer, tenta encontrar um tempinho para aproveitar algumas das suas paixões, os filmes, os quadrinhos, o futebol e os videogames. Acredita que um dia conseguirá jogar todos os games da sua coleção.